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Medicamentos x Exames de Laboratório

O brasileiro é um grande consumidor de medicamentos. Isto é público e notório. A automedicação é um problema de saúde pública que vem sido combatida por diversas entidades ligadas à saúde, porém sem alcançar resultados positivos. Desta forma, existe algum problema quando se vai realizar algum exame laboratorial e se está fazendo uso de um ou mais medicamentos? A resposta é SIM! Muitos medicamentos interferem nos resultados dos exames laboratoriais, provocando alterações que podem levar ao médico a uma interpretação errônea do exame. Vejamos alguns casos:

A Aspirina é o nome popular do ácido acetilsalicílico. Ela está presente em muitos analgésicos e antitérmicos, tais como AAS, Buferin, Doril, Melhoral, Aspirina Forte, Cibalena, Doloxene-A e Aspirina C. Mas também em antiácidos (Alka-Seltzer e Engov), onde está associada a outras substâncias farmacológicas. Por isso guarde bem: todos os remédios com ácido acetilsalicílico interferem nos exames de coagulação do sangue. Em altas doses, podem diminuir os valores totais de tiroxina ou T4 - um dos hormônios da tiróide. Ela também interfere no Hemograma.

  • A Novalgina é o nome popular da dipirona - pode fazer com que o resultado da creatinina, dependendo do método utilizado, resulte um valor mais baixo do que o real. Por isso, ao fazer esse exame, que avalia se os rins estão funcionando bem, o ideal é evitar o medicamento nos três dias anteriores. Ela também interfere no Hemograma.
  • A vitamina C eleva a concentração de creatinina, glicemia e colesterol. Já a vitamina E interfere nos testes de agregação plaquetária.
  • Anticoncepcionais orais provocam a elevação da amilase, transaminases, fosfatase alcalina, colesterol e triglicérides e também podem provocar a diminuição da albumina.

Lembre-se: os exames laboratoriais refletem o estado fisiológico do indivíduo no momento da coleta da amostra, ou seja, é como se fosse uma fotografia. O ideal é que esta fotografia seja a mais representativa possível do estado de saúde do indivíduo. Para que o resultado possa ser informativo e auxiliar em alguma decisão, ele deve ser comparado a um valor ou a um intervalo de referência. Quando o resultado obtido estiver dentro do intervalo de referência, assume-se como "normal"; quando estiver fora, sugere alguma anormalidade. Mas não são apenas as doenças que causam estes desvios. Algumas variações consideradas fisiológicas podem resultar em valores aparentemente patológicos. Uma das causas mais freqüentes é o fato do indivíduo não estar, no momento da coleta, em condições comparáveis com as utilizadas para a definição do intervalo de referência. Estas variações são denominadas variáveis pré-analíticas e incluem dieta, tempo de jejum, variações circadianas, fase do ciclo menstrual, atividade física, stress emocional, uso de medicamentos etc. A dieta, em particular, provoca alterações importantes, uma vez que as substâncias absorvidas, como a glicose, por exemplo, estarão em concentração mais elevada no período pós-prandial do que algum tempo após a alimentação.

Outras substâncias, que são utilizadas no processo metabólico da absorção e digestão, tais como o fósforo inorgânico, terão sua concentração rebaixada no período de absorção e mais elevada após um tempo de jejum. Para a maioria das substâncias, as variações decorrentes da alimentação se mantêm por uma a duas horas. A glicemia (dosagem de açúcar no sangue), por exemplo, de indivíduos normais, se eleva após a alimentação, mas retorna aos níveis basais dentro de duas horas. Outras substâncias, porém, como os triglicérides (uma gordura) podem demorar até 10 horas para voltar aos níveis de jejum. Estes tempos variam na dependência da quantidade e composição da dieta e como os valores de referência são definidos a partir dosagens em indivíduos em jejum, esta é a melhor condição para se obter as amostras, para que a comparação seja válida. Um tempo de jejum muito prolongado também causa variações. A bilirrubina, por exemplo, pode estar acima dos valores de referência mesmo em indivíduos normais que permaneçam 24 horas sem se alimentar. As proteínas plasmáticas podem, nestas situações, se mostrar abaixo da referência.

Além do jejum, a composição da dieta é um fator que influencia a intensidade de variação e o tempo de retorno da concentração de algumas substâncias aos níveis basais. A ingestão de pequena quantidade de bebida alcoólica, por exemplo, por pessoa não habituada a beber, pode provocar a elevação significativa e a permanência de níveis elevados de triglicérides por três a cinco dias! A boa prática laboratorial recomenda que, para a maioria de exames de sangue, a coleta seja realizada após um período mínimo de quatro horas de jejum, para o indivíduo adulto.

Crianças e recém-nascidos devem ter este prazo reduzido ou até mesmo abolido, dependendo de cada situação clínica. Para cada exame, porém, pode haver necessidade de orientação específica. Desta forma, neste como em outros aspectos do atendimento médico, as regras não podem ser generalizadas e aplicadas rigorosamente. Cada paciente, cada exame e cada situação devem ter suas particularidades analisadas de forma a se obter o maior grau de confiabilidade dos resultados. Finalmente, na dúvida, sempre consulte o seu laboratório de confiança.   

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